Publicado em: 12/09/2025
A menopausa ainda é um tema cercado de
tabus, medos e desinformação. Para muitas mulheres, ela marca o fim de uma era,
ou seja, o fim da fertilidade, da juventude e da energia. Mas na verdade, a
menopausa é o início de um novo capítulo, que se conecta diretamente com o
processo de envelhecer com mais autonomia, sabedoria e qualidade de vida.
Quando bem acompanhada, essa fase pode ser o portão de entrada para um
envelhecimento saudável, planejado e com propósito.
A menopausa marca o fim dos ciclos
menstruais e da fase reprodutiva, mas vai muito além disso. Ela representa uma
transição fisiológica complexa, quando o corpo reduz a produção dos hormônios
sexuais, principalmente estrogênio e progesterona. Essas alterações hormonais
afetam todo o organismo: metabolismo, sono, humor, cognição, pele, ossos e
coração. Por isso, entender a menopausa é fundamental para iniciar um processo
consciente de cuidado com o envelhecimento.
Muitas doenças crônicas associadas à idade como osteoporose, doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e depressão têm maior incidência após a menopausa. Isso acontece justamente pela queda hormonal e por fatores acumulados ao longo da vida, mas há uma boa notícia, começar a cuidar da saúde aos 40-50 anos significa colher os frutos aos 60, 70, 80 com mais mobilidade, lucidez, disposição e independência.
A terapia de reposição hormonal (TRH) pode
ser uma aliada poderosa nesse processo, quando bem indicada e acompanhada. Ela
ajuda a aliviar os sintomas desconfortáveis da menopausa, como: ondas de calor,
insônia, ressecamento vaginal, queda da libido e alterações de humor. Além
disso, atua na proteção óssea e cardiovascular, com impacto direto na qualidade
do envelhecimento, mas é importante lembrar que não é para todas. O acompanhamento
médico especializado é essencial para avaliar riscos, benefícios e alternativas
personalizadas.
A menopausa não afeta apenas o corpo ela
também desafia a autoestima, a imagem que a mulher tem de si, e sua posição
social. Esses sentimentos são legítimos, mas não são sentenças. Esse pode ser o
momento de reconstrução da identidade, redescoberta da sexualidade e do prazer,
da autoestima, com mais liberdade, maturidade e autenticidade.
Mais do que tratar sintomas, essa é a hora
de planejar um futuro com mais autonomia e qualidade, quando algumas atitudes
podem fazer total diferença no cotidiano, como por exemplo: atualizar os exames
e check-ups, reorganizar hábitos alimentares, iniciar (ou retomar) uma rotina
de atividade física, cuidar da saúde emocional e da vida social, buscar
informações confiáveis e profissionais que acolham, escutem e orientem.
A menopausa não é o
fim da feminilidade, é o início de uma nova forma de viver o corpo e a vida.
Então, ter um envelhecimento saudável começa com decisões feitas, agora, com
carinho, consciência e coragem.
Campo Mourão-PR
Dra. Betty Caridad
Gonzalez Barrera | CRM-PR 43833
- Médica Generalista, dedicada aos cuidados
do Envelhecimento e da Qualidade de vida;
- Graduada em Medicina Pela Universidade da
Havana, Cuba em 2000;
- Especializada em Medicina da Família Pela
Universidade da Havana Cuba, em 2004;
- Pós-graduada em Medicina da Família Pela
UFMS, em 2014;
- Pós-graduanda em Geriatria Pela Uningá.