Publicado em: 18/09/2025
Quando uma criança sofre uma fratura
no fêmur (o osso mais longo e resistente do corpo humano), não estamos diante
de um simples machucado de infância, estamos falando de um trauma
significativo, que impõe dor intensa, limitações funcionais e um impacto emocional
profundo para toda a família.
No cotidiano da criança, em que o
estilo de vida ativo dela inclui brincadeiras
ao ar livre, esportes e movimentação constante, acidentes são comuns. Mas é
essencial reconhecer quando um episódio exige mais que cuidados
paliativos. Entender o problema é parte da
solução, os sinais são claros: dor aguda, dificuldade em movimentar a perna,
encurtamento visível do
membro ou deformidade. Em alguns casos, até o toque mínimo causa desconforto
extremo.
Sendo especialistas em ortopedia
pediátrica, minha conduta varia de acordo com a idade da criança, o tipo da
fratura e o grau de desenvolvimento ósseo:
• Bebês até 1 ano:
requerem atenção redobrada, inclusive para excluir sinais de maus-tratos.
• Entre 1 e 5 anos: o tratamento
geralmente é feito com imobilização em gesso especial, com excelentes taxas de
recuperação.
• A partir dos 6 anos:
em muitos casos, indica-se cirurgia com hastes flexíveis ou fixadores,
reduzindo o tempo de internação e o risco de sequelas futuras.
• Adolescentes: tendem a se beneficiar de técnicas mais avançadas, como haste intramedular, que oferece maior estabilidade.
O
risco invisível das sequelas
Por mais eficaz que o tratamento
seja, não se pode ignorar que uma fratura de fêmur possa gerar complicações como encurtamento do membro, desalinhamento ósseo ou,
nos casos mais graves, necrose da cabeça do fêmur, uma condição que pode comprometer
a mobilidade a longo prazo.
É por isso que, confiar a reabilitação da criança a um ortopedista
pediátrico não é um luxo, é uma necessidade. Nós temos o olhar treinado não apenas para curar, mas
para preservar a funcionalidade e o desenvolvimento saudável do esqueleto em
formação.
Reabilitação: o
último passo e o mais importante, após o tratamento ortopédico, seja com gesso
ou cirurgia, a fisioterapia infantil especializada entra em cena como aliada
indispensável. Ela devolve à criança a força muscular, o equilíbrio e a
confiança que o trauma pode ter abalado.
Sempre que houver dúvida, o Ortopedista pediátrico deve
ser consultado, pois ele vai avaliar cada caso para realizar o tratamento mais
adequado, seja um tratamento clínico, assim como as cirurgias, quando
indicadas.
Umuarama-PR
Dr. Maxsuel Fidelis de P. Almeida
CRM-PR 31.578 | RQE 22.000 | TEOT
15.519
Ortopedista e Traumatologista Especialista em Ortopedia Infantil e Alongamento Ósseo.