Publicado em: 17/03/2025
Desempenhando a função de médica pediatra, especializada em neurologia infantil,
quero, neste artigo, tratar de um tema que desafia famílias e educadores: o Transtorno Opositor Desafiador (TOD). Muitas vezes,
os pais se veem em situações difíceis,
lidando com crianças que desafiam regras, demonstram irritabilidade e
dificuldades para aceitar limites.
O que é exatamente o TOD, e como podemos ajudar essas crianças?
O TOD é caracterizado por um padrão persistente de
comportamentos opositores e desafiadores. Crianças com esse transtorno
frequentemente apresentam dificuldades em lidar com frustrações e reagem de
forma impulsiva e, às vezes, até vingativa. Tendem a culpar os outros pelos
próprios erros.
Esses comportamentos não ocorrem de maneira isolada; eles vivenciam a rotina escolar, as relações familiares e o
processo de socialização, impactando a forma como a criança interage com o
mundo ao seu redor. No ambiente escolar, uma criança com TOD pode ter sérias
dificuldades.
Muitas vezes, ela tende a desobedecer a professores e a desafiar a autoridade de forma persistente. Esse comportamento pode ser prejudicial tanto para o educador quanto para a própria criança. Já para as famílias, lidar com uma criança com TOD, requer paciência, compreensão e dedicação. É essencial estabelecer regras e limites claros, oferecer exemplos de comportamento positivo e manter uma rotina organizada.
Uma criança com TOD precisa de um ambiente que lhe proporcione segurança, acolhimento, onde
se sinta confortável, ao mesmo tempo que também é estimulada a melhorar. Há
estratégias de enfrentamento, que auxiliam a melhorar a autorregulação
emocional e promover a resolução de conflitos de maneira positiva.
Ao compreender o TOD, e implementar estratégias eficazes de
apoio, podemos ajudar essas crianças a superar desafios, desenvolver em
resiliência e alcançar em seu pleno potencial. No entanto, vale dizer que cada
indivíduo é único, e que cada criança tem uma carga genética, que influencia em
seu comportamento. O que pais e cuidadores
devem observar é a frequência e a intensidade dos comportamentos, para a
idade da criança.
Se você perceber que seu filho apresenta sinais de TOD, não hesite em buscar a orientação de um especialista para um
diagnóstico preciso e orientar as melhores estratégias de intervenção, pois
quanto mais cedo procurar auxílio profissional, mais eficazes os tratamentos
disponibilizados podem ser.
Dra. Ana Carolina Damha
CRM-PR
38.832 | RQE 33343
Pediatra - Pós-graduada em Análise do Comportamento Aplicada
(ABA) e Pós-graduanda em Neurologia Infantil